O que são Sistemas de Flutuação de Emergência?
Antes de falar de Sistemas de Flutuação de Emergência, é preciso mencionar a aviação offshore. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a aviação offshore é aquela que realiza o transporte aéreo de funcionários de empresas exploradoras de petróleo, situadas no continente ou no litoral. Esse transporte é feito de helicóptero e, para realizá-lo, as organizações precisam disponibilizar aeronaves adequadas e compatíveis com as operações de exploração de petróleo e também com os riscos oferecidos por elas.
Nesse sentido, os helicópteros offshore são aeronaves que operam em plataformas marítimas fixas ou flutuantes. Para que um helicóptero trabalhe nessa atividade, é preciso equipá-lo com dispositivos de salvamento, que são os Sistemas de Flutuação de Emergência, o que inclui os botes e coletes salva-vidas e também os equipamentos que são projetados e instalados na aeronave, para permitir que ela flutue e permaneça estável, em caso de pouso na água, até a evacuação de todos os passageiros e tripulantes.
Então, de acordo com o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n. 135 (RBAC n.135), o helicóptero offshore deve ter certificação para pouso na água e, claro, ser dotado de flutuadores e de todos os equipamentos de salvatagem devidamente aprovados. Dessa maneira, para atender à demanda de transporte de funcionários que trabalham embarcados, as aeronaves offshore precisam operar de forma muito criteriosa, respeitando todos os padrões de manutenção e de segurança.
A história do transporte offshore no Brasil
Para discutir o transporte offshore brasileiro, é preciso destacar como se deu a exploração de petróleo em nosso país, pois tal atividade foi fundamental para o desenvolvimento desse tipo de transporte aéreo.
A Petrobras é uma empresa estatal brasileira, que trabalha no ramo de exploração e refino de petróleo e gás natural, para atender à crescente demanda de produção de energia. A organização foi fundada em 3 de outubro de 1953, no governo de Getúlio Vargas e, desde essa época, ela realiza pesquisas para desenvolver novas tecnologias capazes de viabilizar a exploração de petróleo.
Com o passar do tempo, a Petrobras começou a desenvolver pesquisas para a exploração offshore, ou seja, a exploração do recurso começou a ser feita em águas mais profundas, pois nelas está localizada a maior parte de nossas reservas de petróleo, o que exigiu a construção de plataformas e o trabalho de pessoas embarcadas.
Então, com o crescimento das plataformas, surgiu também a necessidade de se fazer o transporte dos funcionários do continente até elas, o que possibilitou o desenvolvimento da aviação offshore no Brasil. Nesse sentido, foram criados vários tipos de plataformas, tais como as fixas, as flutuantes e as complacentes, pois cada campo de petróleo tem suas características e especificidades, e isso inclui também a construção de helipontos, locais onde ocorrem atividades como o embarque e desembarque de passageiros e de carga, o abastecimento da aeronave, dentre outras.
Os tipos de aeronave offshore
Antes de apresentar os tipos de aeronave empregadas na atividade offshore, é preciso destacar, mais uma vez, que esse tipo de transporte precisa atender às exigências de segurança do RBAC n. 135. Para tal, os helicópteros precisam ser dotados de equipamentos de emergência para operações em grande extensão de água, tais como: colete salva-vidas com lâmpada sinalizadora de emergência para cada ocupante; bote salva-vidas com capacidade suficiente para todos os ocupantes e com luz de localização devidamente aprovada; dispositivo de sinalização pirotécnico aprovado; certificação para pouso normal na água, o que exige a presença de flutuadores ou de fuselagem tipo “casco” etc.
Existem vários tipos de helicópteros para transporte de funcionários embarcados, dentre eles: o bimotor EC-135, que é leve e de fácil navegabilidade; o bimotor EC-155, que é mais veloz e tem motores mais potentes; o S76C++, que tem motores potentes e dispositivos de segurança mais tecnológicos; o AW179, que é um veículo de médio porte, moderno e espaçoso, podendo transportar até 15 passageiros para plataformas mais afastadas; o EC225, que é um helicóptero de grande porte, considerado ideal para o transporte de pessoas para plataformas mais distantes do litoral, podendo levar até 18 passageiros e mais um comissário; e o S92A, que, além de ser confortável, pode transportar até 18 passageiros e tem alta capacidade de carga.
A manutenção em Sistemas de Flutuação de Emergência
Para um pouso seguro na água, os helicópteros que fazem o transporte em grandes extensões de água devem possuir Sistemas de Flutuação de Emergência, que devem ser mantidos em perfeito estado de funcionamento. Para isso, as manutenções e reparos devem ser feitos de forma periódica, respeitando sempre todas as instruções do fabricante.
As empresas que trabalham com esse tipo de manutenção devem ser certificadas e manter pessoal capacitado para a realização da atividade. Durante a manutenção, o profissional especializado precisa verificar a integridade do sistema de flutuação fixo e dos demais, o que inclui a inspeção dos dispositivos de inflagem e ejeção; dos cilindros de gás; do kit de sobrevivência; do estado de conservação dos coletes e botes salva-vidas; das válvulas de acionamento; das luzes de localização; do interruptor de ativação dos sistemas etc.
Dessa forma, o reparo nos equipamentos de salvamento deve ser incluído no programa de manutenção da aeronave, para verificar as condições gerais e a integridade de toda a estrutura, garantindo a segurança do voo e de todos os ocupantes, em caso de pouso de emergência na água. A manutenção nos helicópteros offshore é fundamental para o bom funcionamento do transporte e de todas as operações, por isso as empresas que trabalham ofertando esse serviço devem ser qualificadas, especializadas e certificadas pela ANAC.
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